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Aula 2: Corpo e infância

 

            Para embasamento teórico desta aula, utilizamos o texto a seguir:

 

ARROYO, M. Corpos precarizados que interrogam nossa ética profissional. In: ARROYO, M.; SILVA, M. R. Corpo infância: exercícios tensos de ser criança, por outras pedagogias dos corpos. Petrópolis: Vozes, 2012. p. 23-54.

 

            Para ampliar a discussão do texto, também assistimos, em sala, parte do filme Crianças Invisíveis, no caso, a história de Bilu e João, que se encontra entre os minutos 54:33 e 1:09:55, que pode ser visto no link a seguir:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A discussão na aula girou em torno de como, na escola, dar visibilidade a corpos que estão invisibilizados. Arroyo nos faz levantar uma reflexão sobre este contingente que chega a escola: as crianças pobres, estas que nós, professores, não fomos ensinados a enxergar, possuidoras de corpos precarizados.

Por muito tempo não se estudou as infâncias das crianças que trabalham, que sofrem. São crianças invisíveis no sentido de que estão ali, mas não fazem parte da representação que temos de criança, não são as crianças que a pedagogia pensa. Apenas recentemente começou-se a acessar estas outras historias da infância e isso é fundamental, porque enquanto professores muitas vezes temos alunos que nas se encaixam nas teorias e padrões de alunos que estudamos. É preciso inventar pedagogias para lidar com estas crianças, pois as existentes, como o controle docente excessivo, não funcionam. Contudo, reconhecer a existência destas crianças é o primeiro passo para isso.

O professor precisa sempre refletir: o que os corpos que encontro na escola me dizem? Como leio esse texto? Como interpreto? Penso no ensino a partir da leitura que faço do corpo deles ou a partir de uma teoria baseada em um grupo único? Estou cego à linguagem corporal de meus alunos?

Todas essas reflexões são fundamentais, pois uma nova consciência social com relação ao trabalho com corpos precarizados passaria pelo reconhecimento e leitura destes corpos. É preciso, antes de tudo, compreender e valorizar o que os corpos das crianças dizem.

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